sábado, 21 de julho de 2012

A traça que mora em mim.


Hoje este que vos escreve como diria Frejat: “é puro êxtase”, isto por dois fatos ocorridos neste sábado inebriante, um dos quais fez com que me sentisse realmente humano, pois a afirmação de que seu intelecto vale algo é sublime; pelo menos no pensar deste tolo introspectivo, o mesmo que desajeitadamente esgueira-se com sua mente inquieta por entre as páginas deste boteco, vulgar e erroneamente chamado de blog.
O primeiro fato, também muito importante, foi a homologação, como no dizer jurídico, para aproveitar a brecha (eita, que hoje estou caliente), do convite proposto ontem a noite ao amigo Dr. René Iarley da Rocha Marques, no qual o mesmo se compromete a produzir uma coluna na MusicariaBarcoteca acerca de temáticas de cunho sociológico e jurídico. O Dr. René Iarley é Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), sendo também Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA). No mais, deixo uma pequena observação para as garotas que visitam esse boteco, garotas, o meu amigo é um ótimo partido, fica a dica.
Quanto ao fato supramencionado, este sendo o segundo fato em ordem cronológica e organizacional, foi o seguinte: um convite no facebook de um antigo colega de escola e também seguidor do blog, o senhor Ronaldo Aragão, e uma mensagem onde o mesmo saldou a iniciativa do blog e enveredou pela seara do pensamento do jovem tianguaense, ao dizer jovem tianguanse, atentem, não menciono a minha figura, mas sim a do jovem tianguaense, ora, o que mais poderia ser? Trago ainda, o agradecimento ao caro leitor, Ronaldo Aragão, em prol do carinho manifestado a mim quanto pessoa e quanto intelecto, além do convite para ter com ele um filosofar de boteco – coisa que nem gosto!(risos).
               
Agora podemos cumprir a promessa de falar sobre literatura. A palavra Literatura deriva do latim Littera, significando letra, escritos, cartas.
Precisar as origens da escrita e da linguagem é por demais pedante, entretanto, levantamentos arqueológicos estabelecem que os símbolos devam ter sido desenvolvidos por volta de 30.000 anos atrás, e a escrita acerca de 7000 anos. Estes símbolos que compunham a escrita em seu período mais remoto são classificados como ideogramas, possuindo traços mnemônicos, ou seja, referências a memória.  Sabe-se ainda que o cérebro humano, essa intrincada e quase indecifrável máquina, teve sua evolução mais profunda ligada aos códigos comunicativos que perpassaram a espécie humana, sejam estes códigos sonoros ou simbólico-materiais.
Ainda no que se refere à linguagem há um fato que me deixa por demais aborrecido, e mesmo que não queiram eu compartilharei com vossos olhos curiosos que sei não agüentarão pular este trecho , ocorre que as pessoas tentam corrigir as outras quanto a maneira de falar, contudo, penso que a linguagem tenha uma única função, qual seja estabelecer comunicação. Logo, se fulano fala algo para sicrano e sicrano entende, houve comunicação, a linguagem cumpriu seu dever. Entendo que cultura é conhecer o outro na sua diversidade, longe da modinha do politicamente correto (não ligo e vejo isto literalmente e educadamente como uma feze midiática que não me apraz).
Descobri o prazer da leitura em 2007 (pareço a Marta Suplicy falando), quando de uma feira de livros na quadra do colégio, apaixonei-me por Drácula de Bram Stoker, capa preta, um castelo como plano de fundo, sempre fui apaixonado por contos místicos e fictícios, no caso, vampiros, entretanto, uma amiga minha pegou o livro antes. Não se chateiem, nem chorem por mim, foi triste? Foi, mas passou e peguei algo que para mim teve maior proveito, O jovem Lennon do escritor Jordi Sierra i Fabra, usualmente, a biografia do finado Beatle. Este foi o primeiro livro que li por completo.
Tenho sido o que se pode chamar de escritor em desenvolvimento, e ainda não sei se posso ser tido por escritor, pois aos que me dizem não acredito, e aos que não dizem, não sei o que o calado quer, mas como tramita no Senado quem cala consente. Não entendo mais nada, penso que nem você entenda.
Bem, comecei a rabiscar aos meus tenros 11 anos, quando minha poesia confundia-se com doces de todas as formas açucaradas. Era horrível minha escrita pobre, minha redundância, a falta de conteúdo, a ausência de percepção e de senso crítico, mas, entre tantos qualitativos de deficiência o ofício era lindo. Apenas aos 17 anos posso dizer-lhes que comecei a ter rabiscos mais consistentes, as idéias se puseram a construir-se rapidamente, vindo a possuir características próprias e traços ditos marcantes, como vocês poderão ver no acompanhamento da minha vida literária e de futuras publicações.
Começo essa outra pobre linha com uma citação de Ezra Pound, que diz o seguinte: “Toda a arte começa na insatisfação física (ou na tortura) da solidão e da parcialidade”.  E foi assim como quer Pound que comecei a ler e a escrever, a me perder me encontrado no papel, a desenhar aos poucos e interminavelmente a sofisticação do intelecto em minha mente, a me isolar do mundo real e me perder na ficção; esquecia neste meio tempo de quem eu era e me tornara quem sou, aprendi que poesia é a captação do sentimento transformada em símbolos para que mais alguém possa saber como você se sente a sua maneira. Li e escrevi sentado no chão empoeirado dos intervalos escolares, quando eu precisava de um tempo só meu, na penumbra do meu quarto, quando eu precisava de um tempo só meu, na solidão da sombra de uma árvore quando eu precisava de um tempo só meu.  Enfim, a literatura foi o meu refúgio e continua sendo, atualmente com o acréscimo sutil de que ela tornou-se também minha voz.

A sensação de quando escrevo está descrita neste pequeno texto, que redigi aos 14 anos, carinhosamente nomeado como Poética.

Poética

Quando pego na caneta e ponho-me a escrever sinto-me como um pintor que se vislumbra com as curvas de sua musa. Cada letra fixa-se como gotas de tintura óleo, perco-me constantemente no espaço-tempo, suspiro. Torno-me alheio ao mundo. Quando fecho os olhos eis que me encontro em outro lugar, tudo acontece tão sublimemente: Primeiro sinto pequenos calafrios e choques de ternura singular, logo após fecham-se minhas janelas para o mundo, mergulho em pensamentos e me perco dentro da minha existência. Quando retorno, coloco ponto final.

Termino este papo com o vídeo de Paulo Leminski, um dos chamados poetas marginais; abre parêntese (-a poesia marginal é uma das gerações com a qual me identifico, os que não buscarem preconceito ou desentendimento nesta afirmação tenho certeza que compreenderão a razão disto, bem como a minha identidade com o dadaísmo, o expressionismo, o ultra-realismo e o concretismo. Para quem já leu algum dos meus poemas penso ser gritante a percepção de tais coisas).


Antonio Ximenes Carvalho:
Antonio Ximenes Carvalho Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade.

5 comentários

Gillano Moreira disse...

Sensacional!!!
O cara, além de toda a diversidade vocabular e despojada (entenda-se moderna, rápida, solta) e da síntese da percepção - qualidades difíceis de encontrar numa mesma pessoa -, do conhecimento histórico transmitido sem qq pedância, ainda faz propaganda de amigo pra mulher. Rssrs
Parabéns pelo talento, e conselho de leitor e amigo: continue escrevendo!

Unknown disse...

muito bom o seu espaço, Ximenes... "erroneamente chamado de blog" (Rsrs...) Parabéns. Fiel seguidor apartir de hoje! Abraço.

Unknown disse...

Obrigado. Saiba que muito me alegra poder compartilhar esse espaço com você Eleazar.

Anônimo disse...

E o melhor de tudo caro Gillano: Propaganda gratuíta!
Gostaria de parabenizar o meu grande amigo Tony pela iniciativa de construir um Blog dinâmico, interativo, com uma proposta de vanguarda.
Obrigado pelo convite. Espero que a minha tímida contribuição enalteça ainda mais a construção deste canal intelectual.
Renê Iarley da Rocha Marques.

Marcos Venícius disse...

Estou visitando o blog diariamente e confesso deliciar-me na leitura dos textos. Faço questão de comentar a postagem, pois eu, no papel de adolescente metido a escritor (escrevo rascunhos em um blog), sei a alegria que é ter a certeza de que acompanham e gostam do trabalho.
Então, o seu trabalho, assim como o dos colunistas do blog estão ótimos! A minha atenção como leitor e minha voz como divulgador foram tocadas. rs

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