Hoje este que vos escreve como
diria Frejat: “é puro êxtase”, isto por dois fatos ocorridos neste sábado
inebriante, um dos quais fez com que me sentisse realmente humano, pois a
afirmação de que seu intelecto vale algo é sublime; pelo menos no pensar deste
tolo introspectivo, o mesmo que desajeitadamente esgueira-se com sua mente
inquieta por entre as páginas deste boteco, vulgar e erroneamente chamado de
blog.
O primeiro fato, também muito
importante, foi a homologação, como no dizer jurídico, para aproveitar a brecha
(eita, que hoje estou caliente), do convite proposto ontem a noite ao amigo Dr.
René Iarley da Rocha Marques, no qual o mesmo se compromete a produzir uma
coluna na MusicariaBarcoteca acerca de temáticas de cunho sociológico e
jurídico. O Dr. René Iarley é Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do
Piauí (UESPI), sendo também Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA). No mais, deixo uma pequena
observação para as garotas que visitam esse boteco, garotas, o meu amigo é um
ótimo partido, fica a dica.
Quanto ao fato supramencionado,
este sendo o segundo fato em ordem cronológica e organizacional, foi o
seguinte: um convite no facebook de um antigo colega de escola e também
seguidor do blog, o senhor Ronaldo Aragão, e uma mensagem onde o mesmo saldou a
iniciativa do blog e enveredou pela seara do pensamento do jovem tianguaense,
ao dizer jovem tianguanse, atentem, não menciono a minha figura, mas sim a do
jovem tianguaense, ora, o que mais poderia ser? Trago ainda, o agradecimento ao
caro leitor, Ronaldo Aragão, em prol do carinho manifestado a mim quanto pessoa
e quanto intelecto, além do convite para ter com ele um filosofar de boteco –
coisa que nem gosto!(risos).
Agora podemos cumprir a promessa
de falar sobre literatura. A palavra Literatura deriva do latim Littera, significando letra, escritos,
cartas.
Precisar as origens da escrita e
da linguagem é por demais pedante, entretanto, levantamentos arqueológicos
estabelecem que os símbolos devam ter sido desenvolvidos por volta de 30.000
anos atrás, e a escrita acerca de 7000 anos. Estes símbolos que compunham a
escrita em seu período mais remoto são classificados como ideogramas, possuindo
traços mnemônicos, ou seja, referências a memória. Sabe-se ainda que o cérebro humano, essa
intrincada e quase indecifrável máquina, teve sua evolução mais profunda ligada
aos códigos comunicativos que perpassaram a espécie humana, sejam estes códigos
sonoros ou simbólico-materiais.
Ainda no que se refere à
linguagem há um fato que me deixa por demais aborrecido, e mesmo que não
queiram eu compartilharei com vossos olhos curiosos que sei não agüentarão pular
este trecho , ocorre que as pessoas tentam corrigir as outras quanto a maneira
de falar, contudo, penso que a linguagem tenha uma única função, qual seja
estabelecer comunicação. Logo, se fulano fala algo para sicrano e sicrano
entende, houve comunicação, a linguagem cumpriu seu dever. Entendo que cultura
é conhecer o outro na sua diversidade, longe da modinha do politicamente
correto (não ligo e vejo isto literalmente e educadamente como uma feze
midiática que não me apraz).
Descobri o prazer da leitura em
2007 (pareço a Marta Suplicy falando), quando de uma feira de livros na quadra
do colégio, apaixonei-me por Drácula de Bram Stoker, capa preta, um castelo
como plano de fundo, sempre fui apaixonado por contos místicos e fictícios, no
caso, vampiros, entretanto, uma amiga minha pegou o livro antes. Não se
chateiem, nem chorem por mim, foi triste? Foi, mas passou e peguei algo que
para mim teve maior proveito, O jovem Lennon do escritor Jordi Sierra i Fabra,
usualmente, a biografia do finado Beatle. Este foi o primeiro livro que li por
completo.
Tenho sido o que se pode chamar
de escritor em desenvolvimento, e ainda não sei se posso ser tido por escritor,
pois aos que me dizem não acredito, e aos que não dizem, não sei o que o calado
quer, mas como tramita no Senado quem cala consente. Não entendo mais nada,
penso que nem você entenda.
Bem, comecei a rabiscar aos meus
tenros 11 anos, quando minha poesia confundia-se com doces de todas as formas
açucaradas. Era horrível minha escrita pobre, minha redundância, a falta de
conteúdo, a ausência de percepção e de senso crítico, mas, entre tantos
qualitativos de deficiência o ofício era lindo. Apenas aos 17 anos posso
dizer-lhes que comecei a ter rabiscos mais consistentes, as idéias se puseram a
construir-se rapidamente, vindo a possuir características próprias e traços
ditos marcantes, como vocês poderão ver no acompanhamento da minha vida
literária e de futuras publicações.
Começo essa outra pobre linha com
uma citação de Ezra Pound, que diz o seguinte: “Toda a arte começa na
insatisfação física (ou na tortura) da solidão e da parcialidade”. E foi assim como quer Pound que comecei a ler
e a escrever, a me perder me encontrado no papel, a desenhar aos poucos e
interminavelmente a sofisticação do intelecto em minha mente, a me isolar do
mundo real e me perder na ficção; esquecia neste meio tempo de quem eu era e me
tornara quem sou, aprendi que poesia é a captação do sentimento transformada em
símbolos para que mais alguém possa saber como você se sente a sua maneira. Li
e escrevi sentado no chão empoeirado dos intervalos escolares, quando eu
precisava de um tempo só meu, na penumbra do meu quarto, quando eu precisava de
um tempo só meu, na solidão da sombra de uma árvore quando eu precisava de um
tempo só meu. Enfim, a literatura foi o
meu refúgio e continua sendo, atualmente com o acréscimo sutil de que ela
tornou-se também minha voz.
A sensação de quando escrevo está
descrita neste pequeno texto, que redigi aos 14 anos, carinhosamente nomeado
como Poética.
Poética
Termino este papo com o vídeo de
Paulo Leminski, um dos chamados poetas marginais; abre parêntese (-a poesia
marginal é uma das gerações com a qual me identifico, os que não buscarem
preconceito ou desentendimento nesta afirmação tenho certeza que compreenderão
a razão disto, bem como a minha identidade com o dadaísmo, o expressionismo, o ultra-realismo
e o concretismo. Para quem já leu algum dos meus poemas penso ser gritante a
percepção de tais coisas).
Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade. |
5 comentários
Sensacional!!!
O cara, além de toda a diversidade vocabular e despojada (entenda-se moderna, rápida, solta) e da síntese da percepção - qualidades difíceis de encontrar numa mesma pessoa -, do conhecimento histórico transmitido sem qq pedância, ainda faz propaganda de amigo pra mulher. Rssrs
Parabéns pelo talento, e conselho de leitor e amigo: continue escrevendo!
muito bom o seu espaço, Ximenes... "erroneamente chamado de blog" (Rsrs...) Parabéns. Fiel seguidor apartir de hoje! Abraço.
Obrigado. Saiba que muito me alegra poder compartilhar esse espaço com você Eleazar.
E o melhor de tudo caro Gillano: Propaganda gratuíta!
Gostaria de parabenizar o meu grande amigo Tony pela iniciativa de construir um Blog dinâmico, interativo, com uma proposta de vanguarda.
Obrigado pelo convite. Espero que a minha tímida contribuição enalteça ainda mais a construção deste canal intelectual.
Renê Iarley da Rocha Marques.
Estou visitando o blog diariamente e confesso deliciar-me na leitura dos textos. Faço questão de comentar a postagem, pois eu, no papel de adolescente metido a escritor (escrevo rascunhos em um blog), sei a alegria que é ter a certeza de que acompanham e gostam do trabalho.
Então, o seu trabalho, assim como o dos colunistas do blog estão ótimos! A minha atenção como leitor e minha voz como divulgador foram tocadas. rs
Postar um comentário
Leia as regras:
Todos os comentários são lidos e moderados previamente.
São publicados os que respeitam as regras abaixo:
-Seu comentário precisa ter relação com o assunto do post;
-Em hipótese alguma faça propaganda de outros blogs ou sites;
-Não inclua links desnecessários no conteúdo do seu comentário;
-Se quiser deixar sua URL, comente usando a opção OpenID;
OBS: Comentários dos leitores não refletem as opiniões do blog.