terça-feira, 31 de julho de 2012

Desculpas e mais desculpas.

Caros seguidores da MusicariaBarcoteca, o blog está passando por algumas modificações para melhorias de Layout, de conteúdo e organizacionais. Além do mais, as aulas começaram e o pobre escritor que lhes escreve está se organizando,logo, esta semana não haverão postagens até sábado. Nós que fazemos a Musicaria Barcoteca, cientes de vosso entendimento, agradecemos desde já.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Jus esperneando – O zoom político na anomalia do caos.


 “O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes são cheios de dúvidas”.
                         Bertrand Russell





Que rufem os tambores, pois hoje estréia a nossa coluna sócio-jurídica, denominada de Jus esperneando – O zoom político na anomalia do caos. Por motivo de organização cabem aqui pequenos apontamentos feitos por este que vos escreve (Antonio Ximenes Carvalho) acerca da coluna sócio-jurídica organizada pelo Dr. René Iarley da Rocha Marques.
A mesma abordará temas que envolvam Ciências Sociais e Jurídicas de forma abstrata, entenda-se ampla. Busca-se com esta coluna informar o caro leitor de forma dinâmica, consolidando o conhecimento tanto de maneira estritamente descritiva, quanto entre o choque de opiniões que envolverão o colunista René Iarley e este reles escritor.
 O principal objetivo desta coluna é repassar as informações inerentes aos temas de maneira pessoalíssima, não apenas informando o leitor, mas também abstraindo e envolvendo-o em torno do cerne das questões que venham a ser elencadas neste espaço, sejam elas puramente descritivas ou mesmo polêmicas. O conteúdo informado e debatido será alvo de um fórum,o qual se dará aqui neste espaço.




O que pode e o que não pode no Eleitoral de 2012 Doutor?

– Esclarecendo as dúvidas dos caros leitores, conforme o pedido no e-mail que disponibilizamos, segue um pequeno Checklist das condutas permitidas e também das vedadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, consoante resoluções do ano vigente, nas anotações do colunista Dr. René Iarley da Rocha Marques.


1. Início da Propaganda Eleitoral  – Permitida a partir de 06/07/2012 (1º turno) e de 08/10/12 (2º turno).
Art. 36,caput da LE, art. 1º da Res. PE

2. Rádio e TV (propaganda gratuita) – São permitidas de 21/08/10 até 04/10/12 (1º turno) e a partir de 48 horas da proclamação dos resultados do primeiro turno até 26/10/2012 (2º turno).
Art. 240, Parágrafo único,
CE, arts. 44, 47 e 49 da LE, arts. 3º, 32 e 36 da Res. PE.

3.Programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção - Vedado a partir do resultado da convenção.
A inobservância sujeita a emissora ao pagamento de multa no valor de R$ 21.282,00 a R$ 106.410,00, duplicada em caso de reincidência.
Art. 45, §§ 1º e 2º da LE, art. 27, §§ 1º e 2º da Res. PE.

4. Debates - Permitidos até 04/10/2012 (1º turno), podendo se estender até as 7h do dia 05/10/2012, e até a meia noite do dia 26/10/2012 (2º turno).
Art. 240, Parágrafo único do CE, arts. 30, IV da Res. PE.

5. Pesquisas - Permitida a divulgação até nos dias das eleições - 07/10/12 (1º turno) ou 28/10/12 (2º turno).
Sem prévio registro: multa de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.
Fraudulenta: detenção de 6 meses a um ano e multa.
A divulgação de levantamento de intenção de voto efetivado no dia das eleições somente se fará após encerrado o escrutínio da respectiva Unidade da Federação.
Art. 33caput, §§ 3º e 4º da LE, arts. 12, 13 e 18 da Res. TSE 23.364/11.

6. Imprensa escrita (propaganda paga)  São permitidas, até 05/10/12 (1º turno) e 26/10/12 (2º turno), a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de até 10 anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de ¼ de página de revista ou tabloide, devendo constar no anúncio, de forma visível o valor pago pela inserção.
A veiculação irregular sujeita os responsáveis a multa de R$ 1.000,00 a R$ 10.000,00 ou o equivalente ao custo da propaganda paga, se este for maior.
Art. 43,caput, §§ 1º e 2º da LE, art. 26 da Res. PE.

7. Internet –  Permitida a partir de 06/07/2012, vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga.
É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de R$ 5.000,00 a R$ 30.000,00, quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação.
Arts. 57-C,caput e §1º, e 57-H da LE, arts. 20,caput, §1º e art. 25 da Res. PE.

8. E-mail – As mensagens eletrônicas enviadas por candidato, partido ou coligação, por qualquer meio, deverão dispor de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, obrigado o remetente a providenciá-lo no prazo de 48 horas. Após o término deste prazo sujeitará os responsáveis ao pagamento de multa no valor de R$ 100,00, por mensagem.
Art. 57-G,caput e parágrafo único da LE,
Art. 24,caput e parágrafo único da Res. PE.

9. Bens particulares (faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições) – É permitida a propaganda eleitoral, desde que com a anuência do proprietário do bem e que não excedam a 4m2.
Deverá ser espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para esta finalidade.
O descumprimento sujeitará o infrator ao pagamento da multa de R$ 2.000,00 a R$ 8.000,00.
Art. 37, §§ 2º e 8º da LE, art. 11,caput, parágrafo único da Res. PE.

10. Outdoors Vedados. A veiculação sujeita a empresa responsável, os partidos, coligações e candidatos a imediata retirada da propaganda irregular e multa de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50.
Não caracteriza outdoor a placa afixada em propriedade particular, que não exceda 4m².
Art. 39, § 8º da LE, art. 17, parágrafo único, da Res. PE.

11. Postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus, táxis, ônibus, lotações, bens de uso comum (cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios) – Vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados.
A veiculação sujeita o responsável a multa de R$ 2.000,00 a R$ 8.000,00.
Art. 37,caput e § 1º da LE, art. 10,caput e § 1º da Res. PE.

12. Cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas – Permitidos até a véspera da eleições a colocação ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos; devendo a colocação e retirada ser feitas entre as 6h e 22h.
Art. 37, §§ 6º e 7º da LE, arts. 10, §§ 4º e 5º da Res. PE.

13. Alto-falantes e amplificadores de som (sedes de partidos, comitês e veículos em movimento) – Permitido das 8h às 22h até os dias 06/10/12 (1º turno) e 27/10/12 (2º turno).
É vedada a instalação em distância inferior a duzentos metros: das sedes dos poderes executivo e legislativo da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos municípios, das sedes dos órgãos judiciais, dos quartéis e de outros estabelecimentos militares; dos hospitais e casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.
Propaganda irregular: multa de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50.
No dia da eleição, o uso é crime. Pena: detenção de 6 meses a um ano ou prestação de serviços à comunidade e multa.
Art. 39, § 3º c/c § 5º, I da LE, arts. 9º, III, § 1º, 54, I da Res. PE.

14. Trios elétricos –
Vedado, exceto para sonorização de comícios, no horário das 8 h às 24 h.
Art. 39, § 10, da LE, e art. 9º, § 2º, da PE.

15. Showmício e eventos semelhantes – Vedado. Também é proibida a realização de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral, respondendo o infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do poder.
Art. 39, § 7º da LE, art. 9º, § 4º da Res. PE.

16.Comícios 
Permitido até os dias 04 /10/12 (1º turno), e 25/10/12 (2º turno);
Pode ser utilizada a aparelhagem de sonorização fixa e trio elétrico durante a realização de comícios no horário compreendido entre as 8 e as 24 horas.
Propaganda irregular: multa de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50.
No dia da eleição, é crime a promoção de comício. Pena: detenção de 6 meses a um ano ou prestação de serviços à comunidade e multa.
Art. 240, Parágrafo único, do CE, art. 39, §§ 4º e 5º, I da LE, arts. 3º, 9º, § 2º, 54, I da Res. PE.

17. Reuniões públicas – Permitido até 04/10/12 (1º turno) e 25/10/2012 (2º turno).
Art. 240, Parágrafo único do CE, art. 3º da Res. PE.
18. Inaugurações de obras públicas
A partir de 07/07/2012 é vedado a qualquer candidato comparecer a inaugurações de obras públicas. A inobservância sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma.
Art. 77,caput, e Parágrafo único da LE, art. 53, parágrafo único, da Res. PE.

19. Panfletos – Permitida distribuição até os dias 06/10/12 (1º turno) e 27/10/12 (2º turno).
Todo material impresso de campanha eleitoral deverá conter o número de inscrição no CNPJ ou o número de inscrição no CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem.
Art. 38caput, § 1º da LE, art. 12 caput, parágrafo único da Res PE.

20. Distribuição de materiais gráficos, carreata, caminhada, passeata, carro de som – Até as 22h dos dias 06/10/12 (1º turno), e 27/10/12 (2º turno).
Propaganda irregular: multa de R$ 5.320,50 a R$ 15.961,50.
É crime a promoção de carreata no dia da eleição. Pena: detenção de 6 meses a um ano ou prestação de serviços à comunidade e multa.
Art. 39, § 5º, I, § 9º da LE, art. 9º, § 6º da Res. PE.

21. Camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor – Vedado a confecção, a utilização e a distribuição por comitê ou candidato, ou com a sua autorização, respondendo o infrator, conforme o caso, pela prática de captação ilícita de sufrágio, emprego de propaganda vedada e/ou abuso de poder.
Art. 39, § 6º da LE, art. 9º, § 3º, da Res. PE.

22. Venda de material de propaganda – Proibida a venda de material de propaganda que contenha nome, número de candidato e o cargo em disputa. Permitida a venda de material de propaganda institucional.
Art. 9º, IV da Res. PE.

23. Eleitores no dia das eleições – É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos, sendo vedados, até o término do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado e os instrumentos de propaganda referidos, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos.
Art. 39-A da LE, e art. 49 ,caput, § 1º da Res. PE.

24. Boca-de-urna – Não é permitida e a prática constitui crime. Pena: detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade e multa.
Art. 39, § 5º, II, da LE, art. 54, II, da Res. PE.

25. Transporte de eleitores – É proibido desde o dia 06/10/12 até 08/10/12 em relação ao 1º turno, e de 27/10 até 29/10/12, em relação ao 2º turno.
A transgressão é crime. Pena: reclusão de 4 a 6 anos e multa.
Arts. 5º e 11, III, da Lei nº 6.091/74.

26. Servidores da Justiça Eleitoral, mesários e escrutinadores –
No recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, é proibido o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, coligação ou candidato.
Art. 39-A, § 2º da LE, art. 49, § 2º da Res. PE.

27. Fiscais partidários – Nos trabalhos de votação, apenas é permitido que constem nos crachás o nome e a sigla do partido ou coligação a que sirvam, vedada a padronização do vestuário.
Art. 39-A, § 3º da LE, 49, § 3º da Res. PE.

28. Impedir, inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado – É crime. Pena: detenção de até 6 meses e/ou multa.
Art. 331 e 332 do CE, art. 61 e 62 da Res. PE.



“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.
                                                  Eça de Queiroz



Só lembrando que este pequeno excerto fomentará uma posterior discussão sócio-juridica, a qual será abordada neste site. A mesma envolverá esse resumo sobre Direito Eleitoral conexo ao Artigo Científico: o Estado Contemporâneo - O Poder, o Estado Democrático de Direito e os Partidos Políticos, escrito por Antonio Ximenes Carvalho. Lembramos ainda que as dúvidas devem ser levantadas em comentários desta página.


René Iarley Da Rocha Marques:
René Iarley da Rocha Marques Colunista de Ciências Sociais e Jurídicas do Blog, Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piauí, Pós-graduando em Direito Constitucional e Processual, Advogado e Assessor jurídico eleitoral.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Sons Parabólicos, Canções e Metamorfose.



As pessoas divergem em muita coisa, mas com certeza não há alguém no mundo que não se deixe encantar pela valsa de alguma música. E é sobre esse assunto que conversaremos hoje.           
Caro leitor, este que vos escreve é pseudo-compositor, amante da música e assim como muitos de vocês, tem seus ouvidos constantemente perfurados pela música da contemporaneidade. Não fossem apenas os abusos, muitas vezes ainda ouvimos e comentamos músicas insanas, com a finalidade de que essa maldita sociedade nos aceite, e é vergonhoso, mas isto também acontece comigo, e você que está rindo, lembre-se de que também é humano (seu santo em tamanha perfeição). Mas não nos ocupemos disto, posto que uma leve dose matutina de 23 comprimidos de Prozac, o famoso remédio da alegria, resolva.
A música meus doutos. Ah! A música... Larali... Laralá..Lará  - Trololololó...lolololo - Tchu, tchá, tchá, tchú, ô dona Maria quero comer seu bolo, dentre as mais variadas formas de compreensão do ser através do espírito sonoro. Como o apercebido desde as canções eruditas de Mr. Catra, Valeska popozuda, e o que dizer do pagode, o qual muitos têm por samba, e que, a cada nota me faz chorar por toda a sua calúnia diferida contra o real ritmo brasileiro. O samba de Cartola e de Noel Rosa. Nas sábias palavras de Arthur Schopenhauer: “a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.” Deve ser por isso que tenho total repúdio por esses tipos musicais acima descritos, acho que não os compreendo, sabe amigo? Prometo, mais uma vez aproveitando o período eleitoral, que no dia que compreendê-los, eu me matarei.
Contudo, o perpassar pela grande engrenagem da história é de fundamental importância para que entendamos não apenas o motivo das sucessivas agressões ao meu ouvido, como também, a denominação de sociedade evoluída ao todo global hodierno.
É certo que desde antes da escrita já se produzisse música, datando mesmo, vestígios de uma flauta feita de ossos por volta do ano de 60.000 a.C., e por volta de 3.000 a.C., a presença de liras e harpas na antiga Mesopotâmia.  O termo música é de origem grega, derivando de musiké téchne, ou seja, a arte das musas, que na Grécia antiga designava além da música, a poesia e o teatro.
Todavia, desde sempre, o homem concebe a música como algo maior do que a arte, entendendo-a como ente transcendental. Na antiga Grécia, a mesma encontrava-se enleada à magia e à mitologia; além do mais, para eles a música fazia parte do devir, ou seja, da concepção grega do status do mundo, explicando a existência do homem e a regência divina. Na Índia, diz-se que, o próprio Brahma ensinou o canto ao profeta Narada e este, transmitiu-o aos demais homens. Na tradição chinesa a música confunde-se com o chamado Huang chung, ou seja, o eterno sagrado. No Egito, há o mito de que o deus Toth criou o mundo por meio dos sons, canções também eram usadas nas cerimônias e ritos religiosos e militares. O povo babilônico abordava os sons unindo-os ao cosmo em uma concepção matemática das vibrações acústicas, muitas vezes representadas na astrologia.
Contudo, na Idade Média, a qual muitos entendem por idade das trevas, e que não foi bem assim, pois se produziu muito, pena que essas produções tenham ficado com os membros mais abastados e ligados a igreja, criam-se novas concepções musicais baseadas no sagrado, tais como hinos e cânticos que foram sendo aperfeiçoados, dando origem a estilos de canto litúrgico, como o galicano, o moçárabe e o gregoriano.
Por volta do século XVI, tem início a chamada música erudita. Esta, em uma definição geral é aquela que se encontra em oposição a musica popular ou música folclórica, sendo ainda aquela que possui clareza, austeridade, estruturação formal objetiva, limites e austeridade.
           Ao longo da história da música percebemos como a mesma está ligada a literatura em suas fases, como o: renascentista, o canônico, o barroco, o clássico, o romântico, o moderno, dentre outros.
O ilustre pensador suíço, Jean Jacques Rousseau, concebe a musicalidade afirmando-a assim: “mesmo que toda a natureza esteja adormecida, o que a contempla não dorme, e a arte do músico consiste em substituir a imagem insensível do objeto pela dos movimentos que a sua presença excita no coração do contemplador: não só ele agitará o mar, animará a chama de um fogo, fará correr os ribeiros, cair a chuva e aumentar as torrentes, como pintará o horror de um deserto medonho, denegrirá os muros de uma prisão subterrânea, acalmará a tempestade, tomará tranquilo e sereno o ar, e da orquestra espargirá nova frescura sobre os bosques”.
Conheci o que chamo de música por volta dos 13 anos, quando me foi apresentado a banda do Paulo Ricardo, o RPM; fiquei fixo na TV por horas ouvindo aquela sonoridade pulsante do rock embebida em letras de protesto que interagiam com minha freqüência cardíaca de quase adolescente. Apaixonei-me por rock, àquela época eu passava por muitas mudanças, sabe? Tudo era estranho, você é estranho e sua família não entende que você é diferente. Perdi-me em Riffs e solos, de Black Sabbath a Guns’n Roses. Foi um período de transformação que todas as pessoas passam, principalmente as esquisitas (onde me encaixo), tive fases melancólicas, ainda as tenho, ah! Todo escritor tem, e isso, talvez por ser muito passivo a sentimentos fortes. Logo depois meu pai montou uma locadora e pude conhecer um pouco da Legião Urbana, no álbum - Mais do Mesmo. Escutem, Legião Urbana não é apenas música, é sonho, é grito de protesto, é liberdade, é caricatura de jovem. Ouçam Legião também, o Renato Manfredini era um ser em contraste, um cara ímpar que nasce de milênio em milênio, o cara forjou minha mente, expandiu-a, Legião é atual e é muito triste saber que os problemas  sociais que o Renato tratava há tempos continuam nos afetando, e talvez de maneira mais forte. Depois, passeie mesmo pelo rock, ouvi as mais variadas vertentes que o compõem, sentia mesmo preconceito por tudo que não fosse rock; a palavra já suscita: pré + conceito, ou seja, eu possuía um conceito formado sobre o que eu não conhecia, e isso foi um erro que só se desfez aos meus 17 anos.
Entendo que aos 17 eu não era mais tão moldável a modelos alheios, ai passei a ouvir MPB, bossa nova e samba de raiz. Na bossa, destacou-se para mim, o grande João Gilberto e o saxofonista Stan Getz; na MPB Chico Buarque de Hollanda e Elis Regina, e no samba, os grandes nomes de Noel Rosa, do ilustríssimo Angenor de Oliveira (vulgo Cartola) e do mestre e não menos importante Adoniram Barbosa.
Atualmente, possuo total predileção por ritmos essencialmente nacionais, como a Tropicália, o coco, o maracatu, o xaxado, o samba, o baião, enfim, os ritmos nordestinos tomam conta do meu ser, destacando-se a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto e Los Índios Tabajaras, destes últimos tratará uma postagem especial.
            Assim, encontra-se na contemporaneidade um misto de ritmos, posto que nesse momento da sociedade a vastidão de tipos humanos é incalculável. Logo, há quem ouça música apenas como passa tempo, e isso é um direito deles, Havendo também quem sinta a música brotar no mais íntimo e intocável de seu ser, tendo como refúgio e referência. A sociedade evoluiu? Sim, ela evoluiu no amplíssimo sentido do termo, entretanto, nós ainda temos vínculos políticos uns com os outros e entendemos com foco nisto, que precisamos nos adequar a moldura social.
Para mim, o descrito é uma involução, um inchaço psicotemporal que colabora para a proliferação de culturas de massa que acabarão propondo modelos unitários de pensamento e de sociedade. Se você precisa se adequar ao outro, digo-lhe que, em parte sim, afinal, somos dependentes neste processo de envolvimento global; o que não se pode é abandonar a sua personalidade, sua psique, pois, se você vive pelo que o outro dita, você vive outra vida que não é a sua, e a isso se dá o nome de “alienação plena”.
Sei que faltou muito a falar, pois, se eu fosse falar de tudo que gosto em apenas uma postagem eu teria de me internar no quarto. Mas, por fim, e agradecido por esse blog ter virado mesmo um boteco, onde amigos conversam e se reúnem, alguns, tendo mesmo passado muito tempo sem contato, e agradecido também pelo carinho, a consideração, o apoio e as palavras otimistas, termino esse cantar com uma música que me marcou e que é uma das minhas preferidas, pois nunca consegui escolher apenas uma, em se tratando da Legião Urbana, seja pela sua serenidade, pela sua inocência, pelo seu querer, ou mesmo pela sua humanidade e infantilidade, lhes apresento Giz:


Antonio Ximenes Carvalho:
Antonio Ximenes Carvalho Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade.

sábado, 21 de julho de 2012

A traça que mora em mim.


Hoje este que vos escreve como diria Frejat: “é puro êxtase”, isto por dois fatos ocorridos neste sábado inebriante, um dos quais fez com que me sentisse realmente humano, pois a afirmação de que seu intelecto vale algo é sublime; pelo menos no pensar deste tolo introspectivo, o mesmo que desajeitadamente esgueira-se com sua mente inquieta por entre as páginas deste boteco, vulgar e erroneamente chamado de blog.
O primeiro fato, também muito importante, foi a homologação, como no dizer jurídico, para aproveitar a brecha (eita, que hoje estou caliente), do convite proposto ontem a noite ao amigo Dr. René Iarley da Rocha Marques, no qual o mesmo se compromete a produzir uma coluna na MusicariaBarcoteca acerca de temáticas de cunho sociológico e jurídico. O Dr. René Iarley é Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), sendo também Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA). No mais, deixo uma pequena observação para as garotas que visitam esse boteco, garotas, o meu amigo é um ótimo partido, fica a dica.
Quanto ao fato supramencionado, este sendo o segundo fato em ordem cronológica e organizacional, foi o seguinte: um convite no facebook de um antigo colega de escola e também seguidor do blog, o senhor Ronaldo Aragão, e uma mensagem onde o mesmo saldou a iniciativa do blog e enveredou pela seara do pensamento do jovem tianguaense, ao dizer jovem tianguanse, atentem, não menciono a minha figura, mas sim a do jovem tianguaense, ora, o que mais poderia ser? Trago ainda, o agradecimento ao caro leitor, Ronaldo Aragão, em prol do carinho manifestado a mim quanto pessoa e quanto intelecto, além do convite para ter com ele um filosofar de boteco – coisa que nem gosto!(risos).
               
Agora podemos cumprir a promessa de falar sobre literatura. A palavra Literatura deriva do latim Littera, significando letra, escritos, cartas.
Precisar as origens da escrita e da linguagem é por demais pedante, entretanto, levantamentos arqueológicos estabelecem que os símbolos devam ter sido desenvolvidos por volta de 30.000 anos atrás, e a escrita acerca de 7000 anos. Estes símbolos que compunham a escrita em seu período mais remoto são classificados como ideogramas, possuindo traços mnemônicos, ou seja, referências a memória.  Sabe-se ainda que o cérebro humano, essa intrincada e quase indecifrável máquina, teve sua evolução mais profunda ligada aos códigos comunicativos que perpassaram a espécie humana, sejam estes códigos sonoros ou simbólico-materiais.
Ainda no que se refere à linguagem há um fato que me deixa por demais aborrecido, e mesmo que não queiram eu compartilharei com vossos olhos curiosos que sei não agüentarão pular este trecho , ocorre que as pessoas tentam corrigir as outras quanto a maneira de falar, contudo, penso que a linguagem tenha uma única função, qual seja estabelecer comunicação. Logo, se fulano fala algo para sicrano e sicrano entende, houve comunicação, a linguagem cumpriu seu dever. Entendo que cultura é conhecer o outro na sua diversidade, longe da modinha do politicamente correto (não ligo e vejo isto literalmente e educadamente como uma feze midiática que não me apraz).
Descobri o prazer da leitura em 2007 (pareço a Marta Suplicy falando), quando de uma feira de livros na quadra do colégio, apaixonei-me por Drácula de Bram Stoker, capa preta, um castelo como plano de fundo, sempre fui apaixonado por contos místicos e fictícios, no caso, vampiros, entretanto, uma amiga minha pegou o livro antes. Não se chateiem, nem chorem por mim, foi triste? Foi, mas passou e peguei algo que para mim teve maior proveito, O jovem Lennon do escritor Jordi Sierra i Fabra, usualmente, a biografia do finado Beatle. Este foi o primeiro livro que li por completo.
Tenho sido o que se pode chamar de escritor em desenvolvimento, e ainda não sei se posso ser tido por escritor, pois aos que me dizem não acredito, e aos que não dizem, não sei o que o calado quer, mas como tramita no Senado quem cala consente. Não entendo mais nada, penso que nem você entenda.
Bem, comecei a rabiscar aos meus tenros 11 anos, quando minha poesia confundia-se com doces de todas as formas açucaradas. Era horrível minha escrita pobre, minha redundância, a falta de conteúdo, a ausência de percepção e de senso crítico, mas, entre tantos qualitativos de deficiência o ofício era lindo. Apenas aos 17 anos posso dizer-lhes que comecei a ter rabiscos mais consistentes, as idéias se puseram a construir-se rapidamente, vindo a possuir características próprias e traços ditos marcantes, como vocês poderão ver no acompanhamento da minha vida literária e de futuras publicações.
Começo essa outra pobre linha com uma citação de Ezra Pound, que diz o seguinte: “Toda a arte começa na insatisfação física (ou na tortura) da solidão e da parcialidade”.  E foi assim como quer Pound que comecei a ler e a escrever, a me perder me encontrado no papel, a desenhar aos poucos e interminavelmente a sofisticação do intelecto em minha mente, a me isolar do mundo real e me perder na ficção; esquecia neste meio tempo de quem eu era e me tornara quem sou, aprendi que poesia é a captação do sentimento transformada em símbolos para que mais alguém possa saber como você se sente a sua maneira. Li e escrevi sentado no chão empoeirado dos intervalos escolares, quando eu precisava de um tempo só meu, na penumbra do meu quarto, quando eu precisava de um tempo só meu, na solidão da sombra de uma árvore quando eu precisava de um tempo só meu.  Enfim, a literatura foi o meu refúgio e continua sendo, atualmente com o acréscimo sutil de que ela tornou-se também minha voz.

A sensação de quando escrevo está descrita neste pequeno texto, que redigi aos 14 anos, carinhosamente nomeado como Poética.

Poética

Quando pego na caneta e ponho-me a escrever sinto-me como um pintor que se vislumbra com as curvas de sua musa. Cada letra fixa-se como gotas de tintura óleo, perco-me constantemente no espaço-tempo, suspiro. Torno-me alheio ao mundo. Quando fecho os olhos eis que me encontro em outro lugar, tudo acontece tão sublimemente: Primeiro sinto pequenos calafrios e choques de ternura singular, logo após fecham-se minhas janelas para o mundo, mergulho em pensamentos e me perco dentro da minha existência. Quando retorno, coloco ponto final.

Termino este papo com o vídeo de Paulo Leminski, um dos chamados poetas marginais; abre parêntese (-a poesia marginal é uma das gerações com a qual me identifico, os que não buscarem preconceito ou desentendimento nesta afirmação tenho certeza que compreenderão a razão disto, bem como a minha identidade com o dadaísmo, o expressionismo, o ultra-realismo e o concretismo. Para quem já leu algum dos meus poemas penso ser gritante a percepção de tais coisas).


Antonio Ximenes Carvalho:
Antonio Ximenes Carvalho Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Enquanto eu dormia a máquina gravava.


Ao longo desta semana as postagens do blog serão direcionadas ao conteúdo matriz do mesmo. Ai sempre tem alguém pra perguntar: como assim tio, conteúdo matriz?
- Sim pimpolhos; música, cinema, escritos e escritores,política, cultura , filosofia de boteco e  aproveitando que estamos em ano eleitoral atentem, eu prometo se seguido for que ainda esta semana falaremos aqui sobre bebidas e pub.





Sem mais delongas o assunto de hoje é cinema. C e si, n enem, m ama.

Pensam vocês que o cinema é apenas um roteiro interpretado por atores? A resposta não fornecerei, pois a pergunta foi direcionada a vocês e não a mim, se quiserem responder nos comentários fiquem a vontade, afinal, mi blog es su blog. Entretanto como eu sou alguém que se contradiz vamos passear um pouco por esse universo e quem sabe eu responda.
A origem da 7ª arte, o cinema, remonta ao ano de 1895 quando da primeira demonstração pública de um aparelho revolucionário, em uma sala chamada Eden na França. Este invento era o cinematógrafo, diz-se que foi criado pelos Irmãos Lumière. Em verdade o cinematógrafo é apenas um aperfeiçoamento do cinetoscópio, inventado pela empresa de Thomas Edison. Dizem ainda as más línguas e disso o mundo está cheio, que o cinematógrafo dos Lumière teria sido mesmo inventado pelo francês Léon Bouly que havia perdido a patente e que esta teria sido adquirida pelos irmãos Lumière.
Entretanto, penso que pouco nos importe esses detalhes mesquinhos de traição e de calúnia; afinal, o que é a história senão a escrita de carrascos que se sobrepõem uns sobre os outros. Contudo, voltemos ao nosso assunto, não nos percamos caros leitores, icem as velas, levantem as âncoras, desfaçam as amarras, segurem o leme com força, assim não, assim!
Agora que bailamos um pouco por entre a história podemos valsar com a ébria força da fantasia, e foi ai caro leitor, que em uma exibição de um dos pequeninos filmes-documentários dos irmãos Lumière, o ilusionista, também francês, Georges Méliès, sentiu o sentimento mais primitivo do humano, o mesmo sentimento que arrebatara Eva, a cobiça. Méliès pretendia usar a engenhosa máquina em suas sessões públicas do Théatre Robert Houdin, em Paris, entretanto, os Lumière recusaram-se a vendê-lo. August Lumière sempre afirmou que “sua criança” não se destinava a fins comerciais.
Vocês devem estar se perguntando, meus lógicos e anti-sentimentais colegas de mesa, onde mora a fantasia nisso tudo; e eu lhes digo, ela mora em algum lugar dos neurônios e da carne surrealista de Georges Méliès, gravem este nome.
             O ilusionista ainda abobalhado com o que se colocava viaja então à Londres, onde consegue adquirir aparelho semelhante, o qual o mesmo ainda adapta à suas necessidades. Para que se tenha noção do que foi esse homem para o colossal mundo cinematográfico, Chaplin o chamava de “Alquimista da luz”, quanto que David Llewelyn Wark Griffith, um dos maiores cineastas estadunidenses, afirmava com veemência que a Méliès devia tudo. 
             Georges Méliès era ator, produtor, fotógrafo, figurinista, diretor, ilusionista e desenhista; criou ainda técnicas de efeitos especiais inovadores para a época, como fantasmas transparentes e multiplicação de atores e de cabeças que eram lançadas ao ar. Ele não apenas inova quanto às técnicas, mas também, quanto ao estilo, onde abandona o documentário e formula a ficção científica. Enquanto escrevo, minha mente fervilha, imaginem minha cabeça cortada um pouco acima da testa, como laranja descascada e repuxada para trás, onde aparece um pouco do cérebro envolto em pura fumaça.
             Para que eu possa responder sobre a interrogação elencada no início desta conversa, pois para com vocês eu não escrevo, eu dialogo, assistamos a uma obra prima como todas as outras deste ilustre.  

Com vocês, de Georges Méliès, Le voyage dans la Lune:





                Agora eu posso manifestar minha opinião (risos), como se eu não manifestasse desde meu primeiro grito na maternidade, ah! mamãe é que me entende.
                Claramente o cinema não é apenas um roteiro interpretado por atores, isso é tão moderno, se vocês soubessem como é - agora sabem. O cinema foi criado porque o homem sonha. Sigam meu delírio; muitas vezes quando acordamos, temos ainda um resquício de memória do sonho, porém, passado algum tempo isso se esvai. O cinema nasce para representar esse sonho. Na primeira postagem deste blog menciono que apenas palavras nunca conseguirão representar o imaginável em sua totalidade, surge então à captação de imagens; não é mágico, isso de você poder representar seu sonho, mostrá-lo aos demais? Eu fico embasbaco com isso, sério.
Todavia, Pensamos terminar essa conversa explicitando que a mercadologia é uma praga, mas claro que não terminamos, pois espero seus comentários. Prestem atenção, não durmam, já esta quase no fim, pois minha garganta esta seca de tanto falar. Seus sonhos hodiernamente além de serem vendidos, são escritos para vender; são mal feitos, pois não há preocupação alguma por uma grande maioria de roteiristas de que um roteiro tenha conteúdo onírico, conteúdo realmente sentimental. O cinema deixou de ser uma arte em totalidade, para se tornar um fragmento pseudo-artístico, falo com lágrimas nos olhos, pois não há nada mais belo do que sonhar e poder sonhar de novo.


Antonio Ximenes Carvalho:
Antonio Ximenes Carvalho Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Do q, o q é o q?

Para quem não me conhece e para quem pensa conhecer, cabe-nos uma pequena apresentação. Este que vos escreve é chamado de Antônio Ximenes Carvalho, pois o próprio não se chama, os outros é que o chamam, como na lição de Zé, personagem do conto de Paulo Mendes Campos. Logo, o Antônio é ávido leitor, apaixonado pelo universo criado por J.R.R Tolkien e ainda por histórias singelas como a de Homens e Caranguejos do humanista Josué de Castro, prosaicas como as de Jessier Quirino e poéticas como as de Manoel de Barros. 
Atente que o reles mortal também diz-se escritor (perdoem a expressão), melhor seria dizer que o mesmo use o papel como psicólogo ao escrever seus poemas sem métrica, quase sempre sem rima, desfocados, mal entendidos, este último qualitativo se enquadra muito bem a maioria de seus leitores e das leituras que fazem. 
Assim, para que não se perca o fio da meada, cultuo a boa música, principalmente ritmos inobservados por uma cultura mercadológica imprópria para uma sociedade tão plural como a brasileira, sou apaixonado por artes cênicas, quadrúpedes, dadaístas, plásticas, rítmicas, culturais, políticas, monetárias e tudo que apreenda a inquietação do meu ser em mais inquietude.
 Não há nada mais confuso que a representação do próprio pensamento. As palavras talvez sejam a possibilidade maior de se tentar externar o que se pensa. Entretanto, o imaginável em sua totalidade nunca será captado apenas por meio de palavras.
Contudo, o banheiro e o uísque são com certeza os melhores amigos do escritor, o uísque por puro pedantismo e o banheiro por puro romance. O próprio nome deste blog teve gênese e crescimento no banheiro, quando eu então me apoiava oniricamente em meu trono, sussurrando baixinho: ah! Que gostoso; escorriam então pensamentos. Meus caros, amores mios, não construam estrelas com minha pequena fábula em suas mentes, é apenas devaneio de adolescente em férias.
Por fim digo que isto é menos um blog do que uma referência a fragmentação da minha mente a mentes outras, onde se buscará expandir o universo do leitor em um diagnóstico quase diário de política, música, cultura, filosofias de boteco, escritos e escritores, bebidas e tudo o mais que possa vir a interessar nossos espíritos em êxtase de maneira bem humorada e irônica quando o assunto nos permitir.


Antonio Ximenes Carvalho:
Antonio Ximenes Carvalho Autor do Blog, Poeta, Contista, Bibliófilo, Cinéfilo, Apaixonado por Música, Bacharelando do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Filósofo de Boteco. Antonio Ximenes figura como um jovem em exponencial intelectualidade.